sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Séries de que eu gosto (9) - Tónius, o Lusitano

No dia 10 de Maio de 1979 era feita uma segunda tentativa de fazer vingar uma versão portuguesa da revista Spirou.
Junto com as séries belgas havia também a publicação de autores portugueses.
Logo nesse primeiro número iniciava uma série bem portuguesa: Tónius, o lusitano. Os desenhos eram de J. André e o texto de F. Tito. A primeira aventura chamava-se A truta de ouro.
Tónius é um Lusitano, que já em pleno domínio visigótico da península, mantém os costumes e tradições lusitanas. Vive na aldeia de Pedróbriga onde com os seus amigos resiste aos invasores árabes.
A série tem características humorísticas, com forte uso de trocadilhos com os nomes das personagens e das localidades.
A apresentação das personagens é feita em duas páginas antes do início da primeira aventura.
Temos a personagem principal, Tónius,

e os seus dois amigos Chicolindus

e Tigágus

Existem ainda o chefe da aldeia, Herminius

e o feiticeiro, Videntius.

Do lado havia muçulmano o guardador da truta Mohamed Ali Vou Já.

A história foi publicada ao ritmo de duas páginas por número, num total de 44 páginas.

Página de A truta de Ouro
No final anunciava-se uma nova aventura, que ocorreria nas Astúrias.
Tal viria a suceder com a publicação em álbum, no ano de 1981, pela Editorial Pública de Uma aventura nas Astúrias, também com 44 páginas.

Página de Uma aventura nas Astúrias

A série teve divulgação em alguns países da Europa, Bélgica, Holanda e Finlândia, com a publicação de três álbuns. Apesar dessa internacionalização Tónius não resistiu e após a publicação de 3 episódios os autores desistiram da contiuação.
Houve quem criticasse a série apresentando-a como uma versão lusitana de Asterix. Parece-me injusto, pois se há algumas semelhanças, como o facto de se estar perante a resistência a um invasor, as diferenças também são muitas, começando pelas próprias características das personagens. Embora os argumentos não sejam o ponto forte da série, há no entanto um excelente aproveitamento da sonoridade das palavras e das frases para aumentar as características humorísticas da série. A forma dada aos balões e os desenhos das letras também são um pormenor a ter em conta nesta série, fazendo parte integrante da estrutura visual. Está-se perante um bom exemplo do aproveitamento da técnica da construção da banda desenhada. O conteúdo textual, a apresentação do texto e o desenho harmonizam-se, num trabalho final, de agradável leitura.

Episódios
A truta de ouro, Spirou 1 a 22, de 10/4/79 a 4/9/79; Jornal da BD 115 a 120 de 16/10/84 a 20/11/84
Uma Aventura nas Astúrias, Editorial Pública, 1981; Jornal da BD 159, 20/8/85
A invasão dos Alfas, publicada na Bélgica ( penso não existir edição portuguesa)

Houve um projecto de um quarto episódio, A pedra do norte, já com o argumento completo, que ficou com apenas 6 pranchas desenhadas.
Havia ideia para um quinto, Tónius e as sete maravilhas do mundo, que unca passou da fase da ideia.

Fontes
Spirou ( 2ªsérie), nº1 a 22.
Uma aventura nas astúrias, Editorial Pública
Jornal da BD 171, 12/11/85

Capa de Uma Aventura nas Astúrias

5 comentários:

Unknown disse...

Ainda hoje vejo as pranchetas que o meu pai fazia, ainda hoje tenho vivas essas memorias...

Unknown disse...

Ainda hoje tenho vivas as memorias das pranchetas desenhadas pelo meu pai...

Anónimo disse...

Tal como diz o meu irmao, essa memorias estao vivas dentro de cada um de nos. Longos seroes sentado no seu estirador, o nosso pai come4ava a criar como ninguem, tenho saudades,sim muitas saudades desses tempos. Ficam as memorias e as recordaçoes...

Viva disse...

Anadava à procura de informações sobre este livro e encontrei este blog. Comprei Uma Aventura nas Astúrias para a minha filha que nasceu no ano em que este livro saiu.
Muito bom!

Viva disse...

Andava