domingo, 27 de setembro de 2009

Autores - Vitor Péon (2)

Em 1945 foi com Roussado Pinto fundar O Pluto, jornal que era quase todo desenhado por si.

Capa e páginas de O Pluto


Nesta revista ele desenhou Três balas,

Página de Três balas

(história que ficou incompleta, sendo mais tarde publicada em cromos, em 1947, sob o título “Aventuras de Fred Bill , o terror do Texas),

Capa da caderneta de cromos

Traidor em fuga, As Aventuras de Zé Nabo e Zé Bolota


Vinhetas de As aventuras de Zé Nabo e Zé Bolota

e Furacão e o Seu Cavalo Trovão. Estas duas últimas histórias tinham características humorísticas.
Após ao fim de O Pluto, Vítor Péon começou a desenhar para o Diabrete. Esta foi uma fase de trabalho muito duro. Trabalhava dia e noite e fazia-o tantas horas seguidas, que depois de acabar o trabalho ia dormir e era a mulher que fazia a entrega à revista. Pagavam-lhe a 50$00 por página.
Em 1947 chega a ter 3 histórias semanais em continuação na revista.
São desta época em que desenhou para o Diabrete, Fred O'Neill em Acção, Expedição para a morte, Billy Boger em A Revolta dos Navajos, Wapi o cão,

Vinhetas de Wapi, o cão

Chico em Nova Iorque


Chico em Nova Iorque, uma história a fazer lembrar o Cuto.

e Texas Moore.

Texas Moore

Ainda surge também como autor dos desenhos em algumas páginas de Sabias Isto.



Uma página de Sabias Isto

O trabalho acelerado na elaboração das histórias torna-se evidente com as vinhetas a não possuírem cenários pormenorizados, limitando-se muitas vezes aos rostos das pessoas ou aos seus corpos.
Foi também uma época em que começou a aprofundar o seus conhecimentos, frequentando a Biblioteca Nacional para se documentar e o Museu da Marinha, onde estudou a construção naval. Essa atitude surgia da necessidade de melhorar a qualidade do desenho e evitar erros como um em que numa história de corsários os remadores remavam no sentido errado.
Regressa novamente a O Mosquito e é aqui que cria algumas das suas mais conhecidas histórias.
Audaz, o Cow-Boy Justiceiro;



Vinheta de Audaz, o Cow-boy justiceiro

Juan Romero, El jaguar



Vinheta de Juan Romero, el jaguar

e uma das bandas desenhadas que ficou na história desta arte em Portugal, A casa da azenha. Nesta história os traços físicos das personagens são muito diferentes do que Péon costumava fazer, com a fisionomia a evidenciar as características psicológicas das personagens.
O protagonista da história, Ted Kirk, surgiu ainda em outra história, Tormenta.


Vinheta de A tormenta

Na pista da aventura foi uma história iniciada por Péon, mas que acabaria por ser terminada por outro autor.


Vinheta de Na pista da aventura

Colaborou também na revista Camarada onde publicou Sangue aventureiro.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Autores - Vitor Péon(1)

Vítor Amadeu Batista Péon Mourão nasceu em 3 de Abril de 1923 em Luanda, território português à época.
O seu gosto pelas artes poderá ter tido um primeiro impulso ainda em África, quando criança passava horas nas sanzalas a ver os indígenas escultores trabalhar.
Iniciou a escola primária em Angola, mas com 10 anos os pais regressaram a Portugal e Vítor Péon terminou este grau de ensino na Escola Primária D. Pedro V, de onde transitou para a Escola Industrial Marquês do Pombal com o objectivo frequentar o curso de serralheiro mecânico.
A sua vontade de seguir este curso era reduzida com o jovem Vítor distinguindo-se no desenho, fazendo os trabalhos dos seus colegas. É nesta altura que descobre a banda desenhada na revista O Mosquito. Também um professor, José Maria Campas, lhe aguça a vontade de seguir outro caminho, quando lhe conta, nas aulas, a sua vida de artista em Paris.
Aos 14 anos abandonou a escola, com o objectivo de poder seguir a sua vocação de desenho e pintura,e foi trabalhar para a secção de fotogravura da Bertrand & Irmãos, onde aprendeu artes gráficas.
Mas o sonho de ser artista continuava, não de apenas ser um artista gráfico, e por isso foi trabalhar numa empresa que aplicava o novo processo de galvanoplastia para colorir metais preciosos. O seu trabalho consistia em desenhar aldeias e outros motivos portugueses que eram gravados em salvas de prata destinados a um pavilhão comercial na Exposição do Mundo português.
Além deste trabalho fazia cartazes publicitários para montras.
Aos 16 anos foi admitido no Ministério da Agricultura como desenhador de frutas, não permanecendo, no entanto, muito tempo nesse serviço
Em 1941 conseguiu entrar para a Rádio Marconi, onde trabalhou como boletineiro e nos serviços internos. Nesta empresa fez um jornal de parede.
A sua actividade no jornal de parede permitiu-lhe participar numa exposição para funcionários da empresa, onde expôs aguarelas e modelos de aviões, onde se evidenciou, chegando o seu nome a ser citado no Diário de Notícias.
Os seus trabalhos expostos também foram notados por uma administrador da empresa e, com o apoio deste, conseguiu entrar na Sociedade Nacional de Belas-Artes no curso livre de desenho.
Ao fim de 3 meses achava-se já farto da monotonia do curso, que só usava modelos fixos. Um dia pediu a ao professor para fazer um esfolado (figura animal ou humana sem pele) e apesar de o professor não o achar capaz ele conseguiu.
Entretanto saiu da Marconi e foi trabalhar como pintor de móveis, desenhando motivos orientais. Em 1940 faz o seu primeiro trabalho para O Aventuras, uma edição de O Mosquito. Tratava-se de uma ampliação de uma desenho de Reg Perrot de Red, o vingador.
Foi em 1943 que publicou a sua primeira banda desenhada na revista O Mosquito, entre os números 396 e 423: Falsa acusação. Era uma história ao estilo inglês com o texto em legenda debaixo das vinhetas.

Falsa acusação

O juramento de Dick Storm,
O juramento de Dick Storm
O enigma da mão enluvada,
O enigma da mão enluvada
Filibusteiros,
Filibusteiros
Frank do serviço secreto
Frank do serviço secreto
e O explorador perdido foram as histórias que se seguiram.
O explorador perdido

Desenhou ainda, no Almanaque O Mosquito e A Formiga, O neto de Cartouche.
O neto de Cartouche

As suas primeiras histórias eram escritas por ele, com Raul Correia a fazer a supervisão do texto.
Durante essa época ia estudar a anatomia dos cavalos para o Picadeiro da Guarda Nacional republicana.
A sua entrada na tropa para a arma de cavalaria deu-lhe uma possibilidade acrescida para estudo dos cavalos. Chegou a ser dispensado de guardas e paradas para desenhar cavalos para o regimento. Mesmo no quartel continuava a desenhar para O Mosquito.
Vitor Péon aos 26 anos

sábado, 19 de setembro de 2009

Capas (40)

Capa do Mundo de Aventuras, (série I), número 367, publicado em 23 de Agosto de 1956, da autoria de Carlos Alberto Santos.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Capas (39)


Capa do número 7 da colecção Elefante, publicado em 28 de Março de 1979

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A BD e a II guerra mundial (12) - Major Alvega (Battler Britton)

Battler Britton relata as aventuras de um piloto inglês da II Guera Mundial. A série surgiu no semanário Sun em 7 de Janeiro de 1956, tendo sido desenhada inicialmente por Geoff Campion.
No entanto, ao longo dos anos, muitos outros desenhadores se ocuparam de dar vida às aventuras deste herói.
As história são geralmente muito curtas, com Battler Britton acabando por levar de vencida os alemães. É um produto de consumo rápido, com os episódios não apresentando sequencialidade entre si.
Foi no entanto uma das séries mais populares sobre a II Guerra mundial, não só na Inglaterra, mas em vários países da Europa, incluindo Portugal, onde foi publicado pela revista O Falcão. No nosso país mudou de nome e de nacionalidade. Passou a ser luso-britânico, chamando-se Jaime Eduardo de Cook e Alvega, ficando conhecido por Major Alvega.

Major Alvega em acção

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A BD e a II guerra mundial (11) - The Yankee Rangers

Série criada e desenhada por Alfred Andríola em 1942 e que teve a duração de apenas alguns meses.

Vinheta de The Yankee Rangers

Retrata a acção de um grupo de tropas americanas que estão numa base americana localizada na costa inglesa. Como é óbvio a acção desenrola-se no continente europeu na luta contra os alemães.
Penso que a série é inédita em Portugal.

Tira de The Yankee Rangers

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A BD e a II guerra mundial (10) - Terry e os piratas

Terry também foi convocado para combater na II guerra mundial como piloto de aviões. A série Terry e os piratas é da autoria de Milton Canniff, tendo sido criada em 22 de Outubro de 1934. Como a série já se desenrolava na China, a incorporação de Terry levou-o para uma base americana nesse país. Claro que tal facto só se deu depois do ataque a Pearl Harbour, embora já anteriormente Terry tivesse combatido os japoneses ao lado dos chineses.

Vinheta de Terry e os piratas

Estes episódios que decorreram neste período tiveram a particularidade de retratar fielmente uniformes, aviões e algumas paisagens.
A importância desta série fica revelada por a página semanal de 17 de Outubro de 1943 ter sido incluída no diário oficial de Congresso Americano, Congressional Record, devido ao facto de numa excelente escrita mostrar a determinação da busca da vitória.

A página reproduzida no Congressional Record

Para se poder aferir da importância desta série nos estados Unidos refira-se que em 1942 Canniff desenhara numa história o heróis a ser expulso de uma ilha pelas tropas japonesas. Para evitar que o moral das tropas fosse afectado, o Comando Militar americano pediu que Canniff desenhasse o mais rapidamente possível um episódio que mostrasse a reconquista da ilha.

Vinhetas de Terry e os piratas