segunda-feira, 29 de junho de 2009

Revistas - Jornal da BD (4)

A BD publicada (Continuação)
Voltando à BD mais realista, foi publicada uma série que trouxera um estilo novo à banda desenhada europeia, Albany & Sturgess, da qual foram publicados os 3 primeiros episódios: Encontro em Seven Oaks, O dossier Harding e À procura de Sir Malcolm.


Encontro em Seven Oaks

Uma movimentada série cheia de carros despistados, Al Russel e Brock da dupla Denayer/ Duchateau, apareceu com os seus três primeiros episódios na segunda metade da vida da revista.
Já publicado alguns anos antes na revista Spirou, Alvos para Long Thi, foi o único episódio da excelente série Archie Cash, a personagem que tem o rosto do actor Charles Bronson.

Vinheta de Archie Cash

Situação idêntica se passou com os episódio Átila no castelo de Derib e Rosy e A rapariga do Canyon da série Jerry Spring desenhada por Jijé.
Qualquer um dos episódios destas séries foi publicado nos números especiais.


Vinheta de Jerry Spring

Uma série com mais de 20 anos, Barba Ruiva, de Vítor Hubinon teve dois episódios: O filho do barba ruiva e Desafio ao rei, qualquer um deles já anteriormente publicado em Portugal.
Baroudeurs Sans Frontieres, foi uma série cujo título não foi traduzido, novidade editorial na época, e que teve publicado o seu primeiro episódio: A oeste das lagunas. O seu autor era Charles Jarry.




A oeste das lagunas
Clarke e Kubrick era uma série de ficção científica da autoria de Alfonso Font. A série era constituída por episódios curtos de 6 a 10 páginas que foram agrupados para serem publicados nos números especiais. Foram deste modo publicados “três episódios” correspondentes aos 3 primeiros álbuns. O 4º episódio, O senhor do mundo, era uma história de 44 páginas.
Uma série internacionalmente premiada, Black, traduzida como Corcel Negro marcou presença com os seus dois primeiros episódios: Corcel Negro e O deserto da morte.




Vinheta de Black

Cori, uma série que narra as aventuras de um pequeno grumete do século XVII, da autoria de Bob de Moor, apresentou-se com o 2º e o 3º episódios: Os espiões da rainha e O dragão dos mares.



Cori em Os espiões da rainha

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Revistas - Jornal da BD (3)

A BD publicada (cont)

Uma série que, apesar de não ter surgido na estreia, manteve presença regular na revista, foi Blueberry, uma das que mais sofreu com a qualidade do papel.
Foram 10 os episódios publicados, incluindo os dois primeiros da série: Forte Navajo e Tempestade no Oeste.
Sendo uma série em que os episódios são sequenciais, a publicação sofreu dos mesmos problemas que a publicação em álbuns. Foram publicados fora da sequência.
O homem da estrela de prata, A mina do alemão perdido, O espectro das balas de ouro, Nariz partido, A longa marcha, A tribo fantasma, A ultima cartada e A pista dos Sioux, foram os restantes episódios publicados.
Blueberry

A série clássica Michel Vaillant, da autoria de Jean Graton teve 6 episódios publicados. Uma das séries de mais longevidade na banda desenhada e de maior popularidade.
Eis alista das histórias publicadas: A revolta dos reis, A 300 à hora em Paris, O homem de Lisboa, Encontro em Macau, Rali sobre um vulcão e Racing Show.

Vinheta de Michel Vaillant
Não apareceu no início da revista, apenas surgiu no número 86, mas a partir daí a série Spirou e Fantasio teve presença assídua. Entre episódios longos e curtos foram publicadas 15 histórias diferentes, nenhuma delas recente. Variaram entre Como uma mosca no tecto, originalmente publicada em 1949, da dupla Jijé e Franquim, a Revolta no Chantung, de Fournier, datada de 1979. As restantes histórias foram Os chapéus negros, Mistérios na fronteira, Spirou e os homens rãs, O gorila, Férias sem história, Os elefantes , O mensageiro da morte, O talismã africano, A sombra do Z, Um natal clandestino. O feiticeiro de Talmourol, Uma partida da redacção e O castelo do sábio louco.
Mais uma série em que as histórias e os personagens se relacionam com factos anteriores e em que a ordem cronológica não foi seguida. De sublinhar que 5 dos episódios longos foram publicados nos números especiais.
Spirou em O gorila

Estrumpfes parece uma série um pouco deslocada em termos de conteúdo nesta revista, apesar da frequência elevada com que surgiu. 8 episódios longos: A estrumpfina, Os estrumpfes negros, A fome dos estrumopfes, O ladrão de estrumpfes, O estrumpfonauta, O estrumpfissimo, Estrumpfe contra Estrumpfe e O estrumpfe mágico.
Mas a série também foi surgindo em histórias curtas de 1 página por 12 vezes mais.

Os Estrumpfes
As séries humorísticas com histórias curtas, embora algumas em várias séries, pudessem chegar às 7/8 páginas, surgiram logo no primeiro número. O número de páginas publicada era variável e servia para fazer o acerto em relação às páginas que sobravam da publicação das séries mais longas. Achille Tallon teve a honra de ser o primeiro a ser publicado, o que viria a acontecer mais algumas dezenas de vezes. Boulle e Bill com cerca de 100 histórias foi a série que mais vezes surgiu.

Vinhetas da dupla Boulle e Bill

Mais algumas marcaram presença: César e Ernestine,

O Humor em Cesar e Ernestine
Iznogoud, Leonard,

O sábio Leonard e o seu discípulo
O Guarda 212, Rantanplan e Bobo.

Vinheta de Bobo

domingo, 21 de junho de 2009

Revistas - Jornal da BD (2)

A BD publicada

O início foi feito com séries já bem conhecidas do público português, e que à partida assegurariam o sucesso de vendas. Eis a lista das histórias surgidas nos primeiros 8 números (1º volume):
Asterix entre os belgas; Lucky LukeO fio que canta; TaarO ser do nada; Michel VaillantA revolta dos reis; ValerianA cidade das águas movediças; Iznogoud – Há rãs no califado; Olhos dilatados; O filtro ocidental; Achille TallonCom que deitar fumo; Das cartas, discurso do método, Riscos de fractura ( outras 3 histórias curtas).

Vinheta de Achille Tallon

Algumas desta séries funcionariam como suporte à revista tendo uma publicação regular que agradava aos leitores, embora alguns dos episódios já fossem conhecidos em Portugal.
Lucky Luke teve 19 episódios longos publicados, além de 12 histórias mais pequenas. Foi a série mais publicada. Não houve qualquer preocupação com a cronologia das histórias, havendo episódios desde os anos cinquenta como Os primos Dalton, até algumas edições recentes como O Daily Star e A noiva de Lucky Luke.
A lista completa dos episódios publicadosdesta série foi: O fio que canta; Sarah Bernhardt; Dalton City; O imperador Smith; Os rivais de Painful Gulch; A evasão dos Dalton; Daisy town; A caravana; A escolta; A cidade fantasma; Jesse James; As colinas negras; O 20º de cavalaria; Daily Star; Fingers; Billy The Kid; Arame farpado na pradaria; A noiva de Lucky e Luke e Os primos Dalton.
As histórias curtas forma: O rancho maldito; A vidente; A estátua; O açude; Pílula; O desperado do dente de leite; A hospitalidade do oeste; Maverick; O rival de Wyatt Earp; O vendedor ambulante; Passagem perigosa e Sonata em Colt maior.

Lucky Luke

Asterix teve 13 episódios publicados de onde se destaca a edição do primeiro episódio, Asterix o gaulês, entre os números 9 e 16.
Asterix entre os belgas, A foice de ouro, (2º episódio da série); Asterix e os Godos; A zaragata; A volta à Gália; A grande travessia; Asterix entre os helvécios; Um presente de César; Asterix e os bretões; Asterix legionário; O escudo de Arverne e Asterix na Córsega, foram os restantes episódios da série que saíram na revista.

Vinheta de Asterix

Valerian, outra das séries da estreia da revista, a original criação de ficção científica do desenhador Jean Claude Mezieres e do argumentista P. Christin, teve 12 episódios publicados, o que correspondeu à totalidade da série na época.
A cidade das águas movediças; O império dos mil planetas; O pais sem estrelas; Os heróis do equinócio; Os pássaros do senhor; Benvindo a Alflolol; O embaixador das sombras;Nas terras programadas; Metro Chatelet - direcção Cassiopeia; Estação de Brooklin-terminal cosmos; Os fantasmas de Inverlock e As iras de Hypsis.
De sublinhar que O país sem estrelas foi a primeira série a ser publicada nos números especiais, com episódio completo. De lamentar que esta série foi das que mais sofreu na qualidade da cor.

Valerian em O império dos mil planetas

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Revistas - Jornal da BD (1)

No dia 15 de Abril de 1982 apareceu no mercado português mais um a revista de banda desenhada, o Jornal da BD.
Custava 30$00 e tinha 32 páginas a cores.
O preço era baixo, relativamente à concorrência, a revista Tintin, que tinha 40 páginas, embora nem todas ocupadas com banda desenhada, e custava 45$00.
A revista começou com periodicidade quinzenal, tendo alterado para semanal no nº 16, saído em 18 de Novembro de 1982. Talvez não seja estranha a esta alteração o fim da revista Tintin em 2 de Outubro desse ano.
A nova revista estava virada para a publicação da designada escola franco-belga, como se pode verificar pelas séries surgidas no número1: Asterix, Lucky Luke; Taar; Michel Vaillant; Valerian; Iznogoud e Achille Tallon.
Capa do número 1

A partir do número 69 a revista começou a publicar histórias curtas e séries da revista Metal Hurlant. Esta situação configurou uma mudança radical no estilo da revista, que até à data apenas possuía séries dentro do estilo clássico da escola franco-belga.
A introdução desta histórias mostra também que a revista se vocacionava para um público mais adulto, apesar da continuação de séries como Estrumpfes e Yakari.
Estas histórias da Metal Hurlant eram, regra geral, curtas, variando entre as 2/3 páginas até, por vezes, um pouco mais de 10. Também surgiram algumas histórias mais longas.
A estrutura da publicação foi uma novidade no mercado português.
Era publicada em conjuntos de oito volumes contendo histórias em continuação que eram completados nesse grupo de revistas. Foram vendidas capas que permitiam encadernar cada grupo de revistas.
A partir do 3º volume, o conjunto das oito revistas, passou a ser constituído por seis de 32 páginas e duas de 80, que continham um episódio longo completo. Por vezes em vez de um único episódio poderia ser um conjunto de histórias mais curtas, mas que tinham sido já publicadas num único álbum. Estes números especiais constituíam a terceira e sétima revista de cada volume de oito.
Capa do primeiro número especial

A evolução dos preços e das tiragens foi a seguinte.
Iniciou com uma tiragem de 50 000 exemplares. O preço das revistas normais era de 30$00 e das especiais 100$00.
No número 33 os números normais passaram para 40$00, mantendo o preço dos especiais.
A partir do 6º volume, nº 41, a tiragem foi reduzida para 30 00 exemplares. A partir do número 73 os números normais passaram a custar 50$00 e os especiais 120$00.
No número 104 a tiragem passou a ser de 23 000 exemplares. No número 118 a revista normal aumentou para 70$00, e o especial seguinte, número 119, viu o seu preço ser elevado para 150$00. No número 209 a tiragem passou para 15 00 exemplares.
No número 31 iniciou-se uma secção chamada Suplemento de BD, da responsabilidade de Geraldes Lino. Usava a capa ou a contracapa interior e servia para publicar notícias sobre eventos relacionados com BD ou apontamentos sobre revistas, fanzines, autores e séries. Embora com uma outra excepção, a sua publicação saía em números intercalados, e até ao final da publicação da revista foram publicados 117 Suplementos.

Suplemento BD

A partir do 28º volume, nos números especiais foi acrescentado um pequeno suplemento de 8 páginas a preto e branco que se intitulava BD Jovem e que servia para a publicação de trabalhos de jovens iniciados na autoria de BD. O seu objectivo foi a publicação dos trabalhos premiados no 3º Concurso Nacional de Banda Desenhada.
Apesar da excelente qualidade da banda desenhada publicada, o reduzido preço conseguido para a revista foi conseguido à custa da baixa qualidade do papel, o que trouxe como consequência alguns problemas na impressão da cor de algumas das séries.
O último número, 264, saiu em 1 de Setembro de 1987.

Capa do último número

sábado, 13 de junho de 2009

Capas (32)

Capa da revista Ciclone número 363, sem data de publicação, que terá ocorrido na segunda metade da década de sessenta


terça-feira, 9 de junho de 2009

Capas (31)

Capa do Mundo de Aventuras número 264, publicado em 19 de Outubro de 1978.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A BD e a II guerra mundial (8) - Buz Sawyer

Buz Sawyer foi criado por Roy Crane em 1 de Novembro de 1943, numa época em que os heróis da banda desenhada já podiam tomar abertamente partido na guerra, visto os EUA terem entrado no conflito.

Foi um a BD criada em função da guerra. Piloto da marinha, entrou em combate no Oceano Pacífico, acompanhando já a fase vitoriosa dos Estados Unidos.

A série acompanha Buz Sawyer,tanto nos combates mais violentos

como na agradável vida da retaguarda.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A BD e a II guerra mundial (7) - Ernie Pike

Ernie Pike é uma série inspirada num correspondente de guerra Ernie Pyle.
Trata-se de uma criação de Héctor Germán Oesterheld no texto e Hugo Pratt no desenho, tendo sido publicada inicialmente na revista argentina Hora Cero. Mais tarde Hugo Pratt passou também a ser autor dos argumentos.

A série mais do que relatar as lutas entre os vencedores e os vencidos, faz um retrato dos soldados que lutaram no conflito, mostrando um outro lado muito diferente da guerra.
Os protagonistas pertencem aos diferentes exércitos envolvidos no conflito e posicionam-se nas diferentes frentes de combate, desde a Europa à Ásia. Ernie Pike tem a função de narrador das amargas histórias que, acima de tudo, tentam demonstrar que a guerra é absurda.
Penso que a série nunca foi publicada em Portugal. As imagens são da publicação espanhola Blue Jeans, editada na década de 70.