quinta-feira, 31 de julho de 2008

Revistas(1) - Mundo de Aventuras (9)

A BD publicada ( do n.º 54 ao n.º 117)

Outras séries
Em primeiro lugar refiram-se algumas séries, que não estando em estreia, já não eram publicadas há muito tempo.
Cisco Kid de José Luís Salinas surgiu no número 62. Já não aparecia na revista desde 1 de Maio de 1969.

Tira de Cisco Kid

Mara, uma série do espanhol Carlos Freixas, surgiu em dois episódios. Apesar de bem desenhada, parece ser uma série completamente desenquadrada do espírito da revista nesta altura.
Wes Slade foi publicado no número 68. Não aparecera no formato gigante. A última aventura surgira em 16 de Agosto de 1973. Uma série inglesa, que embora não atinja a qualidade de Matt Marriott, tem episodios mais curtos que não permitem um desenvolvimento dramático tão grande, é agradável de ler.

Tira de Wes Slade

Uma adaptação da obra de Burroughs merece mais atenção. Trata-se de Tarzan. Os 4 episódios, publicados nos números 69, 80, 92 e 105, vêm originalmente das revistas americanas e adaptam a parte inicial da obra de Burroughs que narra a origem de Tarzan.
A adaptação é feita por Joe Kubert e pode ser considerada uma das grandes obras publicadas nestes números da revista. Os desenhos são quase sempre bons, em especial aqueles em que os rostos surgem em grande plano demonstrando agressividade. A qualidade é um bocadinho mais fraca quando Kubert desenha planos gerais.
A história seria também editada em cromos.

Tarzan desenhado por Joe Kubert

Popeye surgiu com histórias das páginas semanas. Desde 29/3/51 que a série não aparecia no Mundo de Aventuras.
Red Canyon surgiu com um pequeno episódio no número 89. A sua última aparição na revista fora em 6 de Dezembro de 1956.
Jeff Hawke, uma série de ficção científica de origem inglesa, reapareceu no número 64 após uma longa ausência. Desde 26/6/58 que não era editado pela revista.
Vítor de La Fuente surgiu com um episódio da série Sunday. A série já surgira com um episódio no Mundo de Aventuras em 26de Agosto de 1971.

Página de Sunday

Finalmente a referência a algumas outras histórias publicadas.
No número 103, uma história desenhada pelo italiano Caprioli, A lenda de Beowulf, um desenhador de grande qualidade.

Vinheta de Beowulf desenhada por Caprioli

Uma história desenhada por William Vance com apenas duas páginas, Prisioneiros do Ártico, no número 95.
No número 92, um pequeno western de Al Williamson, com melhor qualidade que os que tinham sido publicados no formato de gigante. Mesmo assim, não trouxe qualquer valor acrescentado à revista.
Sem referência de origem, em duas páginas, um episódio de guerra, William Leefe Robinson.
Nos números 67 e 68, uma história de futebol, Walter Muller, desenhada por Raymond Reding, um desenhador que aborda frequentemente a temática desportiva nos seus trabalhos.
Para terminar, uma história desenhada por Cebollo, O planeta dos mil olhos, uma abordagem entre a ficção científica e o terror, no número116. Não se percebe o que fazem esta história e este autor nesta revista.

Fontes consultadas
(para análise deste conjunto de revistas)
Mundo de aventuras , nº 54 a 117

domingo, 27 de julho de 2008

Revistas (1) - Mundo de Aventuras (8)

A BD publicada ( do n.º 54 ao 117)

Séries estreantes
Neste grupo de revistas agora analisado há um conjunto significativo de séries em estreia.
Logo no número 54 surgiu Jerry Spring, uma das melhores séries da revista Spirou, muito bem desenhada por Jijé e com bom argumento. Neste número e no seguinte foi publicado Tráfico de armas, 4º episódio da série. Foram publicadas 4 aventuras desta personagem. Três histórias longas, com 44 páginas, e uma mais curta, Lobo solitário, com apenas 17 páginas. Pena que não tenha sido seguida uma sequência cronológica dos episódios publicados. Não sendo uma série inédita em Portugal, Jerry Spring era publicado pela primeira vez no Mundo de Aventuras.

Vinheta de Jerry Spring

Também vindo do Spirou aterrou Buck Danny, já publicado noutras revistas em Portugal, mas nunca no Mundo de Aventuras, com a vantagem de as histórias começarem a ser publicadas a partir do primeiro episódio. Foi assim possível analisar a progressão da técnica de desenho de Vitor Hubinon, que é muito significativa, e a evolução da personagem.
Vinda também da revista Spirou, surgiu uma série em estreia com o seu primeiro episódio no número 72, Paul Foran, que esclareceu O mistério do lago. Embora venha da Bélgica, os seus autores são espanhóis, Jesus Blasco usando o pseudónimo de Montero e Gil, (cujo nome é José Larraz).
Foram publicadas 3 aventuras, todas elas ocupando 2 números da revista.

Vinheta de Paul Foran
De Jesus Blasco, e chegando através da revista Spirou, foi publicado no nº 58 um episódio da série Los guerrilleros. A série, apesar de já editada em português, nunca fora publicada no Mundo de Aventuras.

Vinheta de Los Guerrilleros

Ainda de autores espanhóis, que no final da década de sessenta “ invadiram” a revista Spirou, saiu um episódio de Os Comandos da Natureza, nos números 81 e 82, numa tentativa de apanhar a moda ecologista que começava a surgir nessa época. Os autores foram Vítor Mora no texto e Puig nos desenhos.
Mas ainda houve mais material vindo do Spirou. Christian Vanel, de Daubeney, apareceu em dois episódios.

Vinheta de Christian Vanel

Os autores espanhóis não surgiram apenas através do Spirou.
António Carrillo é o autor de Gora Gopal, cujo primeiro episódio da série foi publicado no número 102. Tirando o facto de ser o episódio inicial da série, que lhe confere alguma curiosidade em termos de coleccionismo, trata-se de uma série pouco interessante.
Uma das grandes inovações da revista surgiu de Espanha. Com desenhos de Esteban Maroto foi publicado no número 85 um episódio de 5 x infinito. Uma série de ficção científica.

Página de 5 x infinito

Mas na área da ficção científica surgiu uma outra novidade, vinda de um país cuja banda desenhada era desconhecida entre nós.
Da Alemanha surgiu em estreia no número 110 a série Perry Rhodan.
A ficção científica trouxe mais uma estreia. Adam Warlock chegou dos Estados Unidos, da Marvel Comics, e estreou-se no número 101. Numa revista pouco vocacionada para os super-heróis este foi a excepção.

Vinheta de Warlock

Dos Estados Unidos, das revistas de comics, chegaram mais novidades. Da Marvel surgiu no número 107 Conan, o bárbaro, uma série que dentro do género é das melhores.

Vinheta de Conan

Houve duas adaptações de obras de Edgar Rice Burroughs. John Carter de Marte que foi publicado nos números 59, 66 e 76 e Pellucidar nos números 90, 96 e 112.

Página de Pellucidar

Como característica das histórias provenientes das revistas de comics, a mudança de desenhador ao longos dos episódios fez variar bastante a qualidade gráfica das obras.
Outra estreia com a mesma origem das anteriores foi a da personagem Korak, o filho de Tarzan. Foram publicadas 7 aventuras deste herói.
Dos Estados Unidos chegaram mais estreias. As já referidas séries humorísticas, Henry e Os sobrinhos do capitão, e uma série sobre futebol, Dick, o avançado-centro, que surgiu no número 57, e versava o mundo do futebol. Parece estranho que tal tema viesse dos Estados Unidos, mas já não parecerá tão absurdo quando se verifica que o seu autor é o argentino José Luís Salinas. Foram publicadas duas aventuras.

Tira de Dick, o avançado-centro

Mais uma estreia, desta vez vinda do outro lado do planeta. Da Austália a série Jim Hawk, de John Dixon, surgiu com um episódio no número 79.
A quantidade de séries que estreou mostra bem a mudança que ocorreu na revista a partir do número 54.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

revistas(1) - Mundo de Aventuras (7)

A BD publicada ( do n.º 54 ao 117)


Os portugueses

Depois de um grande interregno, os autores portugueses puderam regressar ao Mundo de Aventuras. Aliás, Eduardo Teixeira Coelho já o tinha feito no número de aniversário saído no formato gigante. Mas… Eduardo Teixeira Coelho, já tinha um estatuto de europeu e não de português.
No nº 63 surgiu Baptista Mendes com uma história de duas páginas, Sousa Reis “o remexido”. Este autor surgiria por mais 11 vezes, sempre com histórias de duas páginas que retratavam factos ou pessoas da história de Portugal.
Além destas pequenas histórias fez ainda uma ilustração para um conto de Jorge Magalhães publicado no nº 73.
O número 64, Especial de Natal, de 19 de Dezembro de 1974, traz o grande regresso. Não sendo um estreia, o facto de Tomahawk Tom, criado por Vítor Peon e Edgar Caygill (Roussado Pinto), ter sido publicado pela última vez no Mundo de Aventuras em 3 de Dezembro de 1953, 21 anos antes, fazia com que parecesse novidade, apesar da história ser um reedição com 23 anos de uma aventura publicada na revista Condor.
Tomahawk Tom teve ainda mais duas histórias publicadas. Começou no Barbeiro, nos números 78 e 79 e O espírito de Manitu, no número 104, esta última uma reedição. Já tinha sido publicada também no Mundo de Aventuras em 1952.
Eugénio Silva foi outro desenhador que surgiu no Mundo de Aventuras, ilustrando um conto de Artur Varatojo publicado no nº 64.
Para uma revista que nos últimos anos da sua fase anterior ignorara os autores portugueses, esta foi um evolução de aplaudir.



Vinheta de Tomahawk Tom

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Revistas (1) - Mundo de Aventuras (6)

A BD publicada ( do n.º 54 ao 117)
Neste conjunto de números analisados existem 146 histórias publicadas.
Considerei como história cada um dos episódios das séries humorísticas e não considerei nesta classificação de BD a página Sabia que.., nem uma página sobre a história da batata, desenhada por Baptista Mendes.
Houve 12 revistas só com uma história com duas foram 24, com 3 foram 12 , 14 com 4 e 2 com 5 histórias.

O humor

Com este novo formato surgiram com regularidade as séries humorísticas na revista. Todas de origem americana, mas todas com qualidade. Todo o material publicado provém das páginas semanais e não das tiras diárias.
Henry tem uma história publicada.
Popeye 13 histórias
Hagar tem 21
Os Sobrinhos do Capitão tem 4.
Esta série última série foi publicada com uma rotação de 90 graus, o que permitiu que as tiras tivessem uma tamanho maior.
Apesar de o humor não ser uma presença de todas as semanas, surgia com regularidade, contrastando com os primeiros 53 números desta nova numeração e o sorumbático final da série anterior.

Os sobrinhos do capitão


As séries que continuaram.

Algumas das séries americanas que serviram de suporte aos primeiros 53 números continuaram a sua publicação. Embora diminuíssem o número de episódios publicadas por cada uma, a sua presença regular permitiu manter a identidade da revista.
Big Ben Bolt, uma das séries mais publicadas anteriormente, teve apenas 1 episódio, com uma argumento sem interesse. Os responsáveis editoriais decerto perceberam a perda de qualidade da série.
Fantasma teve 3 episódios, sem que nenhum deles mereça relevo especial.

O Fantasma em acção

Capitão Kate teve 1 episódio.
Flash Gordon, 3 aventuras.
Johnny Hazard aparceu com duas histórias cheias de espiões, de preferência anti-americanos.
Mandrake liderou com 4 aventuras em que destaco duas , Os viajantes do tempo no nº 63 e Alina a feiticeira no nº 99.
Príncipe Valente apenas surgiu uma vez.
Rip Kirby apareceu por 3 vezes em aventuras sempre interessantes de ler.


Tira de Rip Kirby

Tim Tyler só surgiu também uma vez, mas dada a falta de interesse do argumento a revista só teve a ganhar com o facto de não ser publicado mais vezes.
X-9 surgiu com duas histórias. A primeira aventura desenhada por Al Williamson, logo no número 56, e depois no número 77, Paraíso de milionários, uma história sobre tráfico de droga com desenhos de Bob Lewis.

Também continuaram, do material proveniente da Inglaterra, as eguintes séries.
Garth com 3 histórias, uma das quais A noite das facas, faz uma interpretação da história de Jack , o estripador;
Matt Marriot com apenas uma história, no n.º 88, Rosas para a irmã Eulália, um registo de excelente qualidade, demonstrando ser uma das séries sobre o oeste com melhor argumento;
O Justiceiro da Floresta, uma movimentada série de aventuras localizada na época medieval, teve mais dois episódios.
O Capitão Audaz também tem uma história mantendo a presença holandesa na revista.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Revistas(1) - Mundo de Aventuras (5)

A nova revista (do número 54 ao 117)

Durante os primeiros 53 números, a nova série do Mundo de Aventuras, além da inovação na contagem, apenas tinha trazido a novidade do formato. O conteúdo da revista pouco ou nada se alterara. A mudança surgiu com o número 54. A partir desse número, além de um novo formato de menores dimensões, surgiram as novidades em termos de conteúdo. As capas também passaram a ser mais interessantes, desaparecendo o aglomerado de imagens que era usado para ocupar o enorme espaço das revistas no anterior formato grande.
Começou a notar-se de forma gradual uma aposta na banda desenhada franco-belga. Também de autores espanhóis surgiram novidades, embora algumas fossem provenientes das revistas belgas. Alemanha, Itália e Holanda foram os outros países europeus de onde chegaram séries para publicação. Regressaram também os autores portugueses
Houve um evidente abandono das histórias provenientes das revista inglesas inglesas, mantendo-se apenas O Justiceiro da floresta, e virando-se o Mundo de Aventuras para a publicação das séries das revistas americanas.




O Justiceiro da floresta

A revista passou a ter 40 páginas e a custar 5$00. Este número de paginas era manifestamente insuficiente para as séries belgas, normalmente com mais de 40, o que levou a que algumas histórias fossem publicadas em continuação, ocupando geralmente 2 números e em alguns casos três números consecutivos.
No nº 100 o preço de capa sofreu um aumento para 6$00, o que representou um acrescento de 20%.
A qualidade do papel neste novo formato era superior à do formato gigante, embora não constante, ao longo do tempo.

Começaram a surgir secções regulares na revista. Mistério Policiário, que a partir do número 76 publicou problemas policiários, mas também palavras cruzadas, testes de cultura geral, de banda desenhada e ainda outros passatempos variados; a Página do Leitor, que servia para tudo o que o leitor quisesse, desde fotografias de leitores, fotografias de viagens, anúncios de compra e venda de revistas, pequenos desenhos, etc..; A Opinião de Leitor, que acabou por ser uma secção

de cartas, substituindo uma outra secção que poucas vezes foi editada, O Mundo fala e A chave do fantástico, que publicava textos sobre fenómenos estranhos, ovnis, parapsicologia, etc.
Sobre banda desenhada, depois de alguns artigos desenquadrados, surge uma secção de divulgação e crítica, dirigida por José Matos-Cruz, chamada O Mundo em Quadrinhos, e uma outra rubrica chamada Opinião BD.

De referir entrevistas a Vasco Granja nos n.ºs 67 e72, aos autores intalianos, Luísa Benacchi e Cláudio Bertieri, no número 63, a António Carrillo no nº 102 e a Jordi Bernet no 106. Dos artigos publicados salientam-se os que tiveram por tema os autores Joe Kubert, Jijé, Caprioli, Charlier e Onofre Varela, e as séries Tarzan, Korak, Sunday, Garth, Tomahawk Tom, Matt Marriott, Buck Danny, e Terry e os piratas.
Surgiram bastantes artigos sobre Edgar Rice Burroughs, assim como alguns sobre cinema, em especial sobre filmes que se referiam a personagens que também existiam na BD.
Os contos deixaram de ter publicação regular, verificando-se apenas a publicação de dois. Um da autoria de Jorge Magalhães e outro de Artur Varatojo.
De referir ainda a publicação de uma página de curiosidade, Sabia que..., que surgiu de forma bastante irregular.

sábado, 12 de julho de 2008

Séries de que eu gosto (7) - Tomahawk Tom

Tomahawk Tom é um cowboy da autoria de dois portugueses. A personagem nasceu da necessidade de publicar uma história do oeste no Mundo de Aventuras. As séries de oeste que chegavam dos Estados Unidos eram provenientes das tiras dos jornais diários, e, de acordo com Roussado Pinto, possuiam enredos sentimentais que não agradavam aos leitores. Estes ambicionavam uma série com mais acção.

Tomahawk Tom saltou da mesa para a aventura na página desenhada no Mundo de Aventuras em 19 de Outubro de 1950.
As três primeiras histórias tiveram argumento de Edgar Caygill, pseudónimo usado por Roussado Pinto
A personagem foi inspirada num filme do Oeste em que o actor Van Heflin surgia junto de um tomahawk cravado numa arvore.
Tomahawk Tom é um mestiço branco-índio que usa vestuário inspirado nos fatos dos batedores do exército complementado por mocassins, cinto de pele-vermelha e faca à bandoleira. Vítor Peon, como refere numa entrevista, nunca abordou o tema do racismo, embora a personagem mestiça viva numa sociedade que desprezava a mestiçagem. Esta atitude do autor enquadra-se no espirito da série. Muitos tiros, muita cavalgada, distinção clara entre bons e maus e nada de temas complexos.
Os argumentos são simples, com excepção da última história, mas agradáveis de seguir, e a sequência das imagens imprime acção aos episódios. Os desenhos são por vezes fracos, em especial a nível do fundo. A fisionomia das personagens sofre também por vezes de algum descuido.
Trata-se de um série sem pretensões de análises sociológicas ou políticas, em que as personagens não têm conflitos emocionais e se comportam sem ambiguidade: ou estão do lado dos bons ou pertencem ao grupo dos maus.

Vinheta de Começou no barbeiro


O episódio Tempestade no Dakota Sul tem uma história já mais elaborada e com desenhos mais cuidados, o que também corresponde sem dúvida a uma fase mais madura do autor.
Ao contrário de outros heróis do oeste, várias vezes Tomahawk Tom dispara a matar, sendo visível a morte das vítimas. Tem pontaria certeira disparando com as duas mãos em falhar.

Não se lhe conhece ocupação. Encontramo-lo empre a viajar, sem problemas de dinheiro.
Algumas da suas aventuras não são localizáveis geograficamente.
O enigma do cavalo negro e Tempestade no Dakota Sul , localizam a personagem na zona Norte dos Estados Unidos, mas Colt City, cidade sem lei faz referência a El Paso, o que situa a acção no Texas, junto ao México.

Página de Colt City, cidade sem lei

Em A estrela de 8 pontas faz-se referência a Laredo, o que tanto pode significar Missouri como Texas, mais provavelmente, pela sua importância o segundo estado, mas uma alusão feita a Búfalo Bill, localizando-o a caçar naquela área, deixa alguma dificuldade de interpretação, visto Bufalo Bill ter trabalhado como caçador na constução do caminho de ferro no estado do Kansas. Também não me parece que fosse grande preocupação dos autores referenciar historicamente e geograficamente Tomahawk Tom, tendo em conta os objectivos que pretendiam atingir: divertir e criar emoção nos leitores.
A acompanhar a personagem principal surge Jackie, um adolescente que Tomahawk Tom recolheu numa caravana destruída pelos índios. Jackie também dispara e usa a violência quando é necessário.

Jackie e Tomahawk Tom

Na história O enigma do cavalo preto, Tomahawk Tom cruza-se com Búfalo Bill, de quem era amigo, e que vai a caminho de Forte Laramie.
Tempestade no Dakota Sul surge com expressões em inglês nos balões, com a tradução em rodapé. Inexplicável.

Página de Tempestade no Dakota Sul

Episódios ( que consegui referenciar)
Tomahawk Tom, inicio no Mundo de Aventuras (I) n.º 62 em 19/10/50

O " nascimento" de Tomahawk Tom

Red Tooper, o renegado, Condor n.º 1 em 1/5/51
Colt city, cidade sem lei, Condor n.º3 em 1/7/55; reeditado em Mundo de Aventuras (II) n.º 64 em 1/7/51
Luta sem tréguas, Condor n.º 3 em 1/7/51
O Rodeo de Palma City, inicio no Mundo de Aventuras (I) n.º 106, em 23/8/1951
O espírito de Manitu, inicio em Mundo de Aventuras (I) n.º 143 em 8/5/52; Mundo de Aventuras (II) n.º 104 em 25/9/75
O rapto de Jenny, inicio no Mundo de Aventuras (I) n.º 193 em 23/4/1953
O enigma do cavalo negro, inicio no Mundo de Aventuras (I) 203 em 2/7/53; Mundo de Aventuras (II) n.º 182 em 24/3/1977
O mistério da diligência, Biblioteca do Mundo de Aventuras n.º1 em 18/3/54 ;Vitor Peon Magazine ( especial natal-1975);
Carrer Lee, O Invencível, Audácia 233-244, Sem data de publicação, mas situada muito provavelmente em 1955.

Página de Carrer Lee, o invencível

A estrela de 8 pontas, Jornal do Cuto 26-47 de 29/12/71 a 24/5/72¸Vitor Peon Magazine nº3
Começou no barbeiro, Mundo de Aventuras (II) n.º 78-79 em 27/3/75 e 3/4/75
O rancho do deserto, Vitor Peon Magazine ( especial natal- 1975) Mundo de Aventuras (II) n.º 305 em 9/8/1979
Tomahawk Tom contra Tomahawk Tom, Vitor Peon Magazine ( especial natal-1975)
Tempestade no Dakota Sul, Mundo de Aventuras (II) n.º 228 ,229 em 9/2/78 16/2/78.

Fontes
de Sá, Leonardo; Deus, António Dias de (1997), Os comics em Portugal, Edições Cotovia
Mundo de Aventuras (II) n.º 54, 64, 78, 79, 104, 182, 228, 229, 305
Jornal do Cuto 26-47
Audácia Vol2 n.º 42
http://www.comics-portugal.info/Comics/index.html
http://br.geocities.com/bdnostagia/

terça-feira, 8 de julho de 2008

Capas (7)

Capa de José Garcês para O Falcão 941 de 8 de Agosto de 1978

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Efemérides (3) - Jornal do Cuto

No dia 7 de Julho de 1971, faz hoje 37 anos, saiu o primeiro número do Jornal do Cuto. A revista iniciou com periodicidade semanal, mas ao longo dos anos em que foi publicada teve períodos de publicação quinzenal e mensal.
O último número, 174, saiu em 1 de fevereiro de 1978.

Capa do n.º1

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Revistas (1) - Mundo de Aventuras (4)

Do número 1 ao número 53 (c)

O Conteúdo ( continuação)

Abandonando a Inglaterra e os Estados Unidos, que monopolizavam quase todo o espaço, surgia no número 28 uma série bem desenhada e com qualidade, Capitão Audaz, em tiras originárias da Holanda. Uma lufada de ar fresco no meio do monopólio anglo-americano.

Vinheta de Capitão Audaz

Da Austrália surgia um Devil Doone sem interesse e um Mike Steel, em tiras, em que nem os desenhos nem o argumento justificavam uma viagem tão longa até Portugal.
Da Bélgica surgia a primeira tentativa do Mundo de Aventuras se aproximar da designada escola franco-belga, com a publicação de A badalada do Diabo no número 49, cujas 44 páginas não couberam nas 32 de uma única revista, obrigando à continuação no número seguinte. No original a história pertencia à série Claxon e Mycroft, mas essa identificação não foi feita.

Página de A badalada do diabo

De França, da revista Pif-Vaillant, vinha uma história de Robin dos Bosques desenhada por Eduardo Teixeira Coelho. Da mesma revista surgia um episódio de Teddy Ted, série muito apreciada pelos leitores da revista francesa, mas que nunca nenhum editor português mostrou interesse em publicar de forma continuada.

Vinheta de Teddy Ted

De local não identificado apreceram séries que bem podiam ter por lá ficado: Custer, O assombroso capitão Wonder, que pelo estilo também parece inglês, mas que era mais assombração do que assombroso, O segredo do castelo sinistro, (mais uma que parece ter o toque das revistas inglesas), Bufflalo Bill, que não se percebe o que andava a fazer nesta revista, Homens sem medo, história apenas de uma página, e Fugitivo de Inverno, com duas. Qualquer uma desta duas histórias tinha desenhos péssimos.
Buffalo Bill

Sem identificação de origem, surgia uma biografia em duas páginas de Roland Garros no número 32.
Houve também no número 46 uma página de curiosidades Sabia que...
Não esquecer alguns cartoons de João Benamor, a única presença portuguesa identificada, se exceptuarmos Eduardo Teixeira Coelho que apesar de ser Português há muitos anos que apenas desenhava para o estrangeiro e Robin dos Bosques foi publicado primeiro em França.

Cartoon de João Benamor

Resumindo:

Histórias de séries provenientes dos jornais americanos – 69
Big Ben Bolt ( Luís Euripo),10;
Brick Bradford, 4;
Capitão Kate, 1;
Fantasma, 11;
Flash Gordon, 3;
Hagar, 4;
Johnny Hazzard, 6;
Mandrake, 5;
Mestre João, 2;
Pete o vagabundo, 3
Principe Valente, 3;
Rip Kirby, 5;
Saxon, 1;
Steve Canyon (luís ciclone), 2;
Steve Roper, 1;
Tm Tyler, 4;
X-9, 4.

Histórias/séries americanas com outra proveniência - 3
histórias de Western, ( Rápido no gatilho; O Falcão), 2
Tazan, 1 (como a história foi remontada, pode ter o original em tiras)

Histórias de séries provenientes dos jornais ingleses -11
Garth, 2;
Matt Marriott, 3
Paul temple, 6.

Séries/Histórias provenientes das revistas inglesas – 14
Ases derrapantes, 1;
Cérebro Drayne, 1;
General Johnny, 1
House of dolmann, 1;
Justiuceiro da floresta, 1
Mini de Martin, 3;
Maravilhos Wild, 2
Família selvagem, 1
Typhoon Tracy, 3.

Histórias de séries provenientes da Austrália – 3
Devil Doone, 1;
Mike Steel, 2.

Histórias de séries provenientes da Holanda – 2
Capitão Audaz

Histórias de séries provenients da Bélgica – 1
Claxon e Mycroft

Histórias de séries provenientes da França - 2
Robin dos Bosques, 1;
Teddy Ted, 1.

Historias/séries com proveniência desconhecida – 7
O assombroso capitão Wonder
Buffalo Bill
General Custer
Fugitivo do Inverno
O segredo do castelo sinistro
Histórias biográficas (Rolang Garros –um ás da aviação, Homens sem medo) , 2.