sábado, 31 de maio de 2008

Efemérides(1) - Eduardo Teixeira Coelho


Faz hoje 3 anos que morreu com a idade de 86 anos, em Florença, Itália, Eduardo Teixeira Coelho, sem dúvida que o autor português de banda desenhada mais conhecido e mais publicado na Europa.

Fica uma vinheta de uma história desenhada por Eduardo Teixeira Coelho, A lei da selva, que segundo a sua esposa, seria a à época da declaração, 1971, a história preferida do autor.



Fontes consultadas

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Séries de que eu gosto (4) - Jack Diamond


Jack Diamond foi uma série criada no desenho por Liliane e Fred Funcken, com argumento de Andre Fernez.
É curioso que em nenhuma base de dados ou revista com a série publicada, por mim consultadas, surge o nome de Fernez. Tudo parecia apontar para uma autoria total do casal Funcken. A informação sobre o autor do argumento encontrei-a numa entrevista de Liliane Funcken.


Jack Diamond tinha tudo para ser uma série de sucesso. Bem desenhada, argumento razoável e personagens interessantes, mas não passou do terceiro episódio.
Embora decorra no final do século XIX no oeste americano, dentro da genérica classificação de Western, a verdade é que mais parece uma série policial, e talvez resida aí um dos motivos da sua curta existência. Para Greg, um dos responsáveis pela revista belga Tintin onde a série foi criada, o fracasso deveu-se ao facto de os Funcken não estarem talhados para as histórias do Oeste. Já Liliane Funcken atribui o fracasso à dificuldade de lidar com a censura, que limitava o uso das armas na banda desenhada, o que numa série de Western era fatal.
Talvez os dois tenham razão. Do que não há dúvida é que nesta série o Oeste apenas servia de ambiente a “casos de polícia”.


Os três episódios publicados têm todos 30 páginas, organizadas em 4 tiras, e é interessante verificar como em tão curto espaço foi possível criar histórias com cabeça tronco e membros, demonstrando que a escola franco-belga não tem apenas a vertente de desenho, mas também a do argumento.
As tiras têm quase todas duas ou três vinhetas. Apenas por duas vezes surgem tiras com uma vinheta. Na última tira do segundo episódio e a primeira tira da última página série.
No último episódio o casal Funcken arrisca fugir um pouco ao modelo das tiras, aglutinando numa única duas vinhetas de duas tiras diferentes. Faz isso por três vezes. Nas páginas 10 e na 13, aglutinando as 3ª e 4ª tiras, e na página 20, juntando vinhetas das segundas e terceira tiras.

Jack Diamond é um agente federal que percorre os diferentes estados, esclarecendo os vários casos que é chamado a resolver.
Em apenas três episódios passa no Arizona, no Dakota Norte, em Montana e termina no Wyoming. Os referidos estados estão pintados a vermelho no mapa.



O diabo negro é o primeiro episódio da série. Jack Diamond tem que descobrir quem é o misterioso bandido mascarado que aterroriza a região. Um novo elemento passa a fazer parte da série, Bill Oakie, que de empregado numa mercearia passa a ajudante de Jack Diamond. Todo o caso se passa no Arizona





O segundo episódio, O Cão D'Absaroka, começa no Dakota Norte e termina em Montana, onde se desenrola toda a acção. Mark, um cão que eles salvam, passa a constituir com Jack Diamond e Bill Oakie o trio de personagens desta série. Mais uma vez Jack Diamond tem que efectuar uma investigação que lhe permite descobrir quem é um perigoso assaltante.



Ladrões de Gado, terceiro e último episódio, decorre no Wyoming, e desta vez Jack Diamond, assessorado por Bil Oakie e Mark, tem que descobrir quem é o chefe de um bando de ladrões de gado.

É de lamentar o fim da série ao fim destas 90 páginas
Fica aqui a última vinheta da série. Prometia aventuras que nunca se cumpriram.



Episódios

Le diable noir, publicado na edição belga da revista Tintin de 11/3/59 a 8/7/59, dos números 10 a 27. Em Portugal recebeu o nome de O diabo negro, tendo sido publicado em O falcão dos números 46 a 75, entre 29/10/59 e 19/5/60 e na revista Mundo de Aventuras 126 de 26/2/76.


Le chien d’Absaroka, entre 15/7/59 a 21/10/59 no Tintin belga , dos números 28 a 42; O cão d'Absaroka no Mundo de Aventuras 142 de 17/6/76.

Ombres sur la piste, com início da publicação em 4/11/59 a partir do número 44 do Tintin belga ; Ladrões de gado no Mundo de Aventuras 199 de 21/7/77.


Fontes consultadas

Mundo de Aventuras 126, 142 e 199

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Capas (3)

Mais uma capa de O Falcão.
Pertence ao número 1207, publicado em 13 de Setembro de 1983, e é da autoria de José Garcês.
De referir que o cavalo está melhor desenhado que os rostos humanos.



terça-feira, 20 de maio de 2008

Séries de que eu gosto (3) - Paul Foran (2)

Episódios:
Publicados em Portugal

  • O mistério do lago, Le Mystére du Lac, publicado originalmente na revista Spirou entre os números 1591 e 1602, de 10/10/68 a 26/12/68. Em Portugal teve três publicações. Na revista Mundo de Aventuras, números 72 e 73, de 13/2/75 e 20/2/75; na versão portuguesa da revista Spirou, 2ª série, entre os números 21 e 28, com data de publicação de 28/8/79 a 16/10/79 e na revista Jornal da BD, número 74, em 24/7/84. Estas últimas duas publicações foram a cores. A história tem 48 páginas

    primeira página de O lago misterioso publicada na revista Spirou (versão portuguesa)
  • O gang dos vampiros, Le gang des vampires, publicado na revista Spirou, do número 1608 ao 1618, entre 6/2/69 e 1//4/69; Mundo de Aventuras, números 84 e 85, em 8/5/75 e 15/5/75; 44 páginas.

Vinheta de O gang dos vampiros


  • Chantagem à Terra, Chantage à la Terra, Spirou 1628 a 1638, de 26/6/69 a 4/9/69; Mundo de Aventuras números 128 e 129, de 11/3776 e 18/3/7; 44 páginas


Vinheta de Chantagem à Terra

  • A Múmia, La momie, Spirou 1658 a 1670, de 22/1/70 a 16/4/70; Mundo de Aventuras números 106 e 107, de 9/9/75 e 16/9/75; 44 páginas

Vinheta de A múmia

  • O habitante do moinho, L’habitant du moulin, Spirou 1709 a 1720, de 14/1/71 a 1/4/71; Mundo de Aventuras 146 e 147, de 15/7/76 e 22/7/76; 44 páginas

Página de O habitante do moinho

  • Os demónios da selva, Les démons de la jungle, Spirou 1750 a 1761, de 28/1/10/71 a 13/1/72; Mundo de Aventuras 157 e 158, de 30/9/76 e 7/10/76; 44 página

  • Vinheta de Os demónios da selva
  • Tempestade nas Caraíbas, Baroud dans l’île, Spirou 1844 a 1862 entre 16/8/73 e 20/12/73; Mundo de Aventuras 306 e 307, de 16/8779 e 23/8/79; 44 páginas

Vinheta de Tempestade nas Caraíbas


  • A sombra do gorila, L’ombre du gorille, Spirou 1923 a 1936 entre 20/2/75 e 22/5/75; Mundo de Aventuras número 262, de 5/10/78; 44 páginas


Vinheta de A sombra do gorila


Todas as publicações na revista Mundo de Aventuras foram a preto e branco.

Não publicados em Portugal

  • Le retour de Ling–Hur, Spirou 2017 a 2027, entre 9/12/76 e 17/2/77
  • Le repaire de la mort lente, Spirou 2139 a 2151, entre 12/4/79 e 5/7/79

Fontes consultadas:

Mundo de Aventuras (2ª fase de numeração), números 72, 73, 84, 85, 106, 107, 128, 129, 146, 147, 157, 158, 262, 306 e 307.
Jornal da BD, número 103.
Spirou (versão Portuguesa, 2ª série), números 21 a 28
http://lambiek.net/artists/l/larraz_jose.htm
http://www.bdoubliees.com/journalspirou/series5/foran.htm
http://bdoubliees.com/journalspirou/annees/1968.htm
http://bdoubliees.com/journalspirou/annees/1969.htm
http://bdoubliees.com/journalspirou/annees/1970.htm
http://bdoubliees.com/journalspirou/annees/1971.htm
http://bdoubliees.com/journalspirou/annees/1972.htm
http://bdoubliees.com/journalspirou/annees/1973.htm
http://bdoubliees.com/journalspirou/annees/1975.htm
http://bdoubliees.com/journalspirou/annees/1976.htm
http://bdoubliees.com/journalspirou/annees/1977.htm
http://bdoubliees.com/journalspirou/annees/1979.htm

domingo, 18 de maio de 2008

Capas (2)

Uma capa de Jobat para o número 28 do Jornal do Cuto em 12 de Janeiro de 1972.

sábado, 17 de maio de 2008

Capas (1)

As capas são um factor importante nas revistas. Perante um potencial comprador não habitual, a capa pode ser importante na decisão a tomar: comprar ou não comprar.

Há capas que reproduzem vinhetas das histórias publicadas no interior da revista, outras que têm desenhos feitos propositadamente para esse fim, com um tema alusivo à história, e outras que apresentam desenhos que nada têm a ver com a história.
Da minha colecção irei reproduzindo capas de algumas revistas.
A que aqui se reproduz é da revista O Falcão número 1047, de 26 de Agosto 1980, e é da autoria de José Garcês, que na fase final da revista foi autor de várias capas.




sexta-feira, 16 de maio de 2008

Séries de que eu gosto (2) - Paul Foran (1)

A série foi uma criação de José Larraz no texto, sob o pseudónimo de Gil, e de Jesus Blasco no desenho, sob o pseudónimo de Montero. Mais tarde o desenho passou para Jordi Bernet.
O ultimo episódio na revista belga Spirou é só de Larraz, assinando como Watman.
A série foi criada para a revista Spirou, começando o primeiro episódio a ser publicado no nº 1591 em 10 de Outubro de 1968.


Paul Foran de Montero

Nas duas primeiras aventuras fica-se a saber que Paul Foran é um físico que trabalha na Brigada Especial, em França. Andou dez anos na universidade, presume-se que não apenas a estudar, e foi piloto de aviões, possuindo com várias condecorações.
Na sua primeira aventura, O mistério do lago, mostra os seus dotes de aviador, quando uma avioneta que ele pilota é atacada por um outro avião pilotado por bandidos.
O caso gira em torno de uma misteriosa doença que ataca os animais que vivem em volta de um lago.
O gang dos vampiros é a segunda aventura do herói, desta vez passada nos Estados Unidos, em que ajuda a noiva de um amigo.
Em Chantagem à Terra, terceiro episódio, Paul Foran viaja até ao Tibete, salvando a Terra de uma ameaça extraterrestre. É a aventura mais inverosímil de Foran. Também neste terceiro episódio surge uma personagem comum ao episódio inicial que parece ter algumas contradições. Trata-se de Nicole, que no primeiro episódio surge como colega de Foran, presumivelmente cientista, e no terceiro é apresentada como jornalista.
O quarto episódio da série, mas terceiro publicado em Portugal, designou-se A múmia, já com desenhos de Jordi e não de Blasco, e aborda o recorrente caso das maldições dos túmulos egípcios. A origem dos factos que justifica a aventura está no Egipto, mas é na Escócia que se vai dar a actuação de Paul Foran, que descobrirá uma explicação muito simples para todos os factos estranhos ocorridos.
Seguiu-se O habitante do moinho, onde mais uma vez seres estranhos e monstruosos acabam por se transformar após a investigação em homens de carne e osso. Dessa vez Paul Foran viajou até ao Canadá. É uma história com um argumento bem estruturado. Dentro das histórias realistas na série, até ao momento seria o melhor. Deste lote das realistas retiro a Chantagem à terra, que tem um argumento bastante interessante, mas que foge a este aspecto de realismo devido à intervenção extra-terrestre.
Em Os demónios da selva Foran deixa os temas misteriosos e envolve-se na luta contra um grupo de bandidos armados na selva entre a Birmânia e a India, tentando resgatar um cientista. Nessa aventura luta contra a bela Ling-Hur.
Em Tempestade nas Caraíbas, Foran volta defrontar um bando que tenta controlar uma ilha deste arquipélago. Mais uma vez recorre aos seus conhecimentos de aviador. Tem que pilotar um caça para derrotar os bandidos.
Esta duas histórias afastam-se da temática anterior da série. O terrorismo e banditismo internacional estão na origem destes episódios.
Voltam os temas de mistério em A sombra do gorila. Paul Foran viaja até à cordilheira dos Cárpatos para investigar a morte de um cientista francês, ocorrida num castelo onde outros cientistas se encontram reunidos. Foran tem que desvendar por que motivo lutou com um gorila embalsamado. A explicação desse seu acto esclarecerá todo o mistério, que nada tem de sobrenatural.
Um excelente argumento a juntar ao de O habitante do moinho. O desenho de Jordi evidencia uma qualidade muito superior ao seu início na série.


Paul Foran de Jordi Bernet

Existem mais dois episódios de que não encontrei qualquer referência de publicação em Portugal.


Esta série nasceu quando a revista Spirou tentou uma renovação fazendo uma aposta em desenhadores espanhóis. Os primeiros seis episódios foram publicados com pouco tempo de intervalo, mas o espaçamento temporal de mais de um ano, que passou a existir entre os episódios seguintes, parece mostrar algum desinteresse dos editores. A série terminou em 1979.
Foi pena.


Fica aqui a primeira página da série publicada no Mundo de Aventuras.





domingo, 11 de maio de 2008

Séries de que eu gosto (1) - Tiger Joe

Uma das razões que me levou a gostar de BD, e ter ficado fascinado com o Mundo de Aventuras, talvez tenha sido o facto de ter gostado muito da história publicada na primeira revista que comprei, o número 169. Tratava-se de uma aventura de Tiger Joe: Na pista do marfim.

Tiger Joe é um guia de safaris que vive as suas aventuras na selva africana.
A série foi criada em 1950 para o jornal belga Libre Belgique por Vítor Hubinon nos desenhos, com a colaboração de Eddy Paape, e Jean Michel Charlier no argumento.
Estes dois autores, Hubinon e Charlier, elaboraram os três primeiros episódios da série:
Le cimetière des éléphants (este título apenas surge em publicações posteriores, pois na primeira aparição a história chama-se apenas Tiger Joe), O cemitério dos elefantes em português;

La piste de l’ivoire, A pista do marfim;
Les hommes léopards, Os Homens Leopardo.
A série foi interrompida, sendo retomada em 1958 por Greg, que tomou conta dos argumentos, e Gerald Forton, que desenhou os novos episódios, em La Libre Junior.
Safari vers l’interdit, em 1958, que em português ficou Safari do desconhecido;
Menace sur le Gopal, em 1958/59, Ameaça em Gopal ;
Le tigre aux dents de sabre em 1959 ;
Les pirates du Bengale , em 1959/60 ;
Les requins du DJACCAO, em 1960 ;
La loi de cobra, em 1960;
Le dragon de feu, em 1961.

A mudança de autores transformou também as características da série. De episódios de enredos longos e com alguma complexidade, com 45/46 páginas, passou-se para pequenos episódios de 22 páginas que tiraram brilho à personagem.
Para mim Tiger Joe só há um: o de Vitor Hubinon.
Os três primeiros episódios foram publicados novamente em 1964 e 1965 na revista francesa Pilote, sendo o primeiro episódio designado por La piste des éléphants, o segundo La piste de l'ivoire e o terceiro
Le mystère des hommes–léopards.
No final da década de 80, uma nova publicação dos três primeiros álbuns, na Bèlgica, pela editora Lefrancq, trocou os nomes dos dois primeiros livros. O primeiro passou a ser La piste d’ivoire, e o segundo Le cemitiere d’elefants, o que também não deixa de ser coerente com o enredo desses dois episódios, que se podem considerar apenas um, servindo qualquer um dos títulos para cada uma das partes.

A série criada por Hubinon e Charlier tinha um conjunto de 4 personagens com características diferentes:
Tiger Joe, o guia caçador e herói principal.
“Gin-duplo”, ou apenas Gin, o melhor amigo de Joe, que como o próprio nome indica, é um apreciador da referida bebida. Seria hoje considerada uma personagem “politicamente incorrecta” num jornal para adolescentes e jovens, pois nas primeiras vinhetas surge com uma garrafa na mão a beber. Essa sua característica, no entanto, rapidamente desaparece da
série.
N’Mango, o elemento indígena do grupo que chefia os carregadores negros, e que se distingue por vestir de forma europeia.
Finalmente o senhor Mouton, ex-fiscal de impostos, ganhador da lotaria, que resolve ir caçar para África, não fazendo qualquer ideia da forma como deve agir, vestir-se e actuar na selva, o que vai proporcionando momentos de bom humor durante as explorações.

São estes elementos que irão viver as três primeiras aventuras.
Até à página 25 a numeração era feita em tiras duplas associando ao número da página as letras A e B. A partir da página 26 cada tira tem um número associado ao da pagina, com 4 tiras por página.
Na primeira aventura, O cemitério dos elefantes, publicada nos Mundo de Aventuras 152 e 153 da V série, em 26/8/76 e 2/9/76, os quatro elementos, chefiados por Tiger Joe, vão ajudar Sheila Keeler a procurar um misterioso cemitério de elefantes, tema recorrente em algumas outras aventuras africanas. Neste primeiro episódio, na viagem até Portugal “perderam-se” duas tiras da história. As tiras 41.3 e a 41.4.

Ficou a publicação incompleta, e quem quiser ver a totalidade das tiras terá que recorrer à versão em língua francesa.
A aventura encerra na tira 45.4.
Nos números 169 e 170 da revista Mundo de Aventuras, publicados respectivamente em 23 e 30 de Dezembro de 1976, é publicada a história “Na pista do marfim”, com o grupo a continuar na procura iniciada no episódio anterior. A aventura termina ao fim de mais 45 páginas com o achamento do cemitério.
Passou-se cerca de meio ano, e, em 1/9/77 e 8/9/77, nos números 205 e 206, é publicado o terceiro episódio: Os Homens Leopardo, em mais 46 páginas de desenhos.
O quarteto já referido parte para caçar troféus para Mouton e encontra-se envolvido no meio de um revolta de indígenas, fomentada por um grupo de bandidos brancos.

As histórias desenhadas por Hubinon terminam aqui. A próxima aventura de Tiger Joe surge em 2 de Novembro de 1978, no número 266, ainda no Mundo de Aventuras, e já pertence à dupla Greg e Forton. Do quarteto inicial de personagens apenas restam Gin e Tiger Joe.
Mais uma história é ainda publicada em Portugal, desta vez na revista Selecções no número 215, publicado em Julho de 1979.A aventura chamava-se: Ameaça em Gopal.

É perfeitamente notório algum aspecto de paternalismo e de racismo em relação aos negros, que se manifesta na forma de falar, de vestir, nas expressões e nos comportamentos dos indígenas,
Logo na primeira aventura, na pagina 4.A, surgem os indígenas com lanças, como se fossem para a guerra, e com um sorriso caricatural, mostrando uma expressão de imbecilidade.
Exceptuando N’Mango, quase todos os negros são supersticiosos, cobardes e traindo com facilidade a confiança dos brancos.
Menosprezemos esses pormenores, contextualizemo-los na época, e estaremos perante uma série de aventuras muito interessante, que vale sempre a pena recordar.


Fontes consultadas:

Mundo de Aventuras, V série, nºs 152,153,169,170, 205 e 206
Selecções, nº 215
Le Mystére des hommes Leopards, Ed Lefrancq, 1990
http://lambiek.net/artists/f/forton_gerald.htm
http://lambiek.net/artists/h/hubinon.htm
http://fr.wikipedia.org/wiki/Tiger_Joe
http://www.bdparadisio.com/scripts/detail.cfm?Id=375
http://bdoubliees.com/journalpilote/series5/tigerjoe.htm
http://www.jmcharlier.com/tiger_joe.php

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Uma revista que marcou

Por coerência, devo começar por escrever sobre o Mundo de Aventuras.
A primeira revista que eu comprei e que me mostrou que BD não era só as histórias que já ia lendo noutras revistas que se publicavam, foi o Mundo de Aventuras número 169 da V série, a que correspondia o número 1421, publicada em 23 de Dezembro de 1976. Foi uma prenda de Natal antecipada.

A revista tinha 48 páginas e custava 7$50, que convertidos na actual moeda dão uma valor de cerca de 4 cêntimos. Valor ridículo nos actuais referenciais, mas que na época não o era tanto.
A beleza da revista começava logo na capa, com uma imagem espectacular de um elefante carregando sobre dois homens.

No interior trazia a primeira parte de uma aventura de Tiger Joe, relacionada com a imagem da capa, e mais duas histórias que eram publicadas em continuação ao longo de vários números.


página 1

Uma com Tim Tyler, numa aventura publicada originalmente em 1935, integrada nos Clássicos da BD, destacável que ocupava as páginas centrais, e uma outra com Sandokan, personagem que nessa época estava na moda, devido à recente passagem em televisão de uma série com o mesmo nome, numa adaptação da obra de Emílio Salgari.
Mas a revista não tinha só BD.
Iniciava um conto de espírito natalício, “Sozinho no mundo, da autoria de Orlando Marques, ilustrado por António Barata, e tinha outras quatro rubricas que ocupavam 7 páginas e se intitulavam: Rubrica do Oeste, Escola de Espionagem, A Chave do Fantástico e Mistério Policiário.

De realçar também a mensagem de Boas Festas na página 3.





quarta-feira, 7 de maio de 2008

Nota de abertura

Gosto de banda desenhada.
Vou escrever sobre banda desenhada. Sobre a banda desenhada publicada em Portugal, sobre os seus autores e sobre as revistas que a publicaram.
Vou escrever sobre a banda desenhada e os autores de que gosto.
Durante décadas as revistas de banda desenhada tiveram em Portugal e no resto do mundo um papel relevante. Penso ser importante deixar testetemunho desse tempo.
Porquê Um Mundo de Aventuras para título deste blogue?
Porque a aventura é um dos pilares das histórias de banda desenhada, e porque Mundo de Aventuras foi a revista que mais me marcou na leitura da banda desenhada.
Este título é uma homenagem à banda desenhada e a essa revista.
Sem calendário fixo, os textos surgirão à medida da disponibilidade temporal.