terça-feira, 13 de outubro de 2009

Autores - Vitor Péon (6)

Em 1965 regressou a Portugal montando um estúdio de cinema onde realizou vários filmes publicitários. Realizou também uma exposição de pintura na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em que obtém grande sucesso.
Além do cinema, a banda desenhada continuou presente, surgindo o seu trabalho numa outra área diferente: as colecções de cromos. O homem e o espaço e História das descobertas.
Capa da caderneta

Em 1968, surgiu a versão portuguesa da revista Tintin e Vítor Peon desenhou para essa revista alguns pequenos episódios sobre personagens e acontecimentos da história de Portugal. São pequenas histórias que não ultrapassam as 3 páginas. Alguns dos seus trabalhos nem poderão ser considerados Banda desenhada, mais parecendo uma pequena colecção de cromos: A 1ª travessia aérea do Atlântico Sul;

1ª travessia aérea do Atlântico Sul

Aljubarrota;

Vinheta de Aljubarrota

Diogo Cão; Colombo em Portugal; Pedro Alvares Cabral; Macau- Portugal na China; A primeira volta ao mundo;

Vinheta de A primeira volta ao mundo

O infante D. Henrique; Gorongosa e outras reservas de caça em Moçambique.
Algumas desta histórias foram reeditadas nos anos oitenta no Mundo de Aventuras, a preto e branco, com pequenas modificações do texto, que deixou de ser dactilografado.
O falhanço económico do seu estúdio de cinema levou-o a emigrar novamente em 1968, desta vez para França.
A partir deste país ainda realizou alguns trabalhos para os ingleses, mas depois passou a trabalhar para o Mon Journal, desenhando vários episódios de Yataca. Nunca deixou de pintar, o que lhe permitiu realizar uma exposição individual em França além de uma outra colectiva.
No Jornal do Cuto saiu uma história de Tomahawk Tom

Capa desenhada por Vitor Peon

e foi reeditada A casa da Azenha.




Vinhetas de A casa da azenha
Neste período elaborou um projecto, Sax, uma história com filibusteiros, em que depositava grandes esperanças, que não viriam a concretizar-se.

Sax


Problemas de saúde devidas ao excessivo número de horas que passava a trabalhar obrigaram-no a uma paragem, acabando por ser despedido quando se restabeleceu.
A pintura e a escultura passaram a ocupar o seu tempo, chegando mesmo a pensar abandonar de vez a Banda Desenhada, no entanto, numa entrevista publicada em Outubro de 1974, mantinha o seu projecto de publicar Sax e um livro técnico sobre banda desenhada.
Nessa entrevista, dada numa vinda ao nosso país, explica como se desenvolvia o seu processo de produção.
“Começa por um pequeno esboço, que pode ser já em página montada, trabalhando à vontade, mas já próximo da ideia final. Depois, à vista, ou à transparência, passa por meio de um traço geral para o papel próprio, compondo então, a lápis, já em definitivo. Depois acaba o desenho figurativo, com cuidados em relação à luz e à sombra. Na terceira fase aplica o pincel para marcar os negros e finalmente o acabamento à pena ou a pincel fino”.

Esquiço de uma página de Tomahawk Tom

Apesar das intenções demonstradas nessa entrevista, de regressar a França, acabou por ficar em Portugal e em 1975 publicou o álbum O regresso de Tomahawk Tom.
Seguiram-se-se três números do Vítor Péon Magazine.
O Mundo de Aventuras reeditou várias histórias de Tomahawk Tom,

Vinhetas de O enigma do cavalo negro

Começou no barbeiro, outra das histórias de Tomahawk Tom saídas no Mundo de Aventuras
Zama e os leopardos e Jornada nos Mares da China. Na revista Selecções saiu uma reedição de Aventura na Selva.
O Clube Português de Banda Desenhada reeditou O neto de Cartouche e surgiu também a reedição de SOS na Idade da Pedra.

SOS na Idade da Pedra
O activismo político a que não escapava qualquer português naqueles anos levou-o a editar o jornal humorístico O mariola.

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